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domingo, maio 11, 2008

Moeda de duas caras...

Agripino não chega a ser Ronaldo

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Assunto é o que não falta nas mesas dos botequins, nos intervalos do trabalho, nos veículos do transporte coletivo... Em qualquer lugar. Afinal, temos aí o caso da menina Isabella Nardoni emplacando 40 dias, reinando quase que absoluto nos noticiários; e o do jogador Ronaldo com os travestis; e ainda os fatos surpreendentes do futebol, com ênfase para a zebra...

Além destes, há outras histórias tenebrosas, também de violência contra crianças, com estupro eventual, e ainda de abuso contínuo finalizando em morte. A crueldade, parece-me, está na moda, na última quinta-feira houve o caso do moto-taxista assassinado em Goiânia: pelo que a imprensa divulga, alguém encharcou o apartamento do rapaz com gasolina, ateou fogo e ainda teve o capricho de segurar a porta, evitando a fuga da vítima; o moço teve 97% do corpo queimado e não resistiu.

Na área do imponderável, o senador Agripino Maia viveu momento de bobeira, algo de que a nação não se esquecerá. Ele, cujo passado se marca por afagos às fardas e coturnos, quis mostrar-se sábio (lembram de Bernardo Cabral? Ele fazia poses parecidas, também; esse tipo será permanente no Senado da República?). Teve sua pretensão liquidada pela firmeza da ministra Dilma Roussef. O drible que ela passou no senador valeu mais que as pedaladas de Robinho ou os gols antológicos de Marta. Resposta segura e coerente a ser apreciada pelos estudiosos da mentira. É que mentir é algo intrínseco no ser humano; todos mentem, todos mentimos. Hoje, Dia das Mães, envolvemo-nos de absoluta veneração a elas. E quem de nós não sabe que nossas mães, sem exceção, sempre mentiram para nos proteger, para não nos expor, para nos formar à sua vontade? Talvez alguém não minta... Como os políticos. O senador Agripino Maia elegeu-se calcado na verdade? E que tipo de verdade o ligou à ditadura?

Aliás: recentemente, um querido amigo de infância questionou-me. Ele não entende porque eu critico tanto a “redentora” (ele é simpatizante do golpe desde os primeiros momentos). Resumi a resposta no respeito às liberdades individuais e à dignidade humana. Não carecia esticar mais que isso. De minha parte, rio dos que definem aquele período como “ditadura militar e civil”. Então, era uma ditadura geral, sem adversário nem contestadores. Ditaduras, sejam quais forem, carecem de adjetivo, como, de sua parte, um dos ditadores em revezamento quis qualificar democracia, dizendo que vivíamos, sob o seu tacape, uma “democracia relativa”.

Agripino Maia poderia ter ficado sem essa em sua biografia. Mas, como é da sabedoria popular, “aqui se faz, aqui se paga”. Que a nação não se esqueça. Já o craque Ronaldo “Fenômeno”, também em evidência por ter abordado travestis imaginando serem prostitutas femininas, vive um inferno astral. Fosse uma “garota de programa” ou mesmo travestis a intenção aventureira de Ronaldo, isso poderia ser creditado à individualidade lá dele. Mas não foi o caso: ao tentar frustrar o programa, teria sido ele alvo de chantagem e extorsão. Em lugar de pagar pelo silêncio, ele preferiu bancar a rejeição. E chantagem só se evita ao rejeitá-la.

Ronaldo paga caro por isso; muito mais que os cinqüenta mil reais pedidos por um deles. Mas se errou, aos olhos da sociedade e das empresas com quem mantém contratos de publicidade, ele teve a dignidade acima dos interesses, preferiu pagar pra ver. Fez bem, o cidadão Ronaldo... Quem garante que, depois de gastar a verba, o travesti não voltaria para pegar mais? Até quando?

Entre os dois que pagaram pra ver, Ronaldo é vitorioso. Agripino Maia, não; neste caso, a História foi a vencedora.


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3 comentários:

Alda Inácio disse...

Meu amigo Luizão de Aquino, eu sou caçadora dos mulherengos, portanto achei foi bom o caso dos travestis e Ronaldo. Tadinho dele coisa nenhuma rsrsrsrs, por finalizar ele vai ter é que procurar os tavestis pois namorada não segura este tipo de comportamento.E você continua atento a tudo nesta nossa Nação brasileira, sabe tudo homem!
Gostei do nosso bate papo messenger ontem. Notícias da nossa terrinha me alegram.
Vou lincar teu blog com os meus: http://s-o-s-miseriablogspot.com e também no Crítica e Denúncia. Beijo grande.
Alda Inacio

Madalena Barranco disse...

Olá querido Luiz, sua crônica desta vez foi um apanhado geral da semana e da situação do país em forma de coração, que dizem que é uma democracia... Ah, Ronaldos do Mundo que precisam de três "mulheres" para distraí-los... Esses estão bem longe do verdadeiro sentido do amor, inclusive do amor próprio. Beijos e uma ótima semana para você.

didi disse...

Agripino entra no hall junto com Severino Cavalcanti em "debate" com Fernando Gabeira.

"A pior droga é a ignorância."

Dá-lhe Gabeira!