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sexta-feira, novembro 20, 2009

Novembro de letras

Novembro de letras


Luiz de Aquino


Novembro , novembro... Mês do golpe de Deodoro contra seu protetor Pedro II; mês da “intentona” comunista de 1935 (há quem diga que aquele golpe foi um factóide getulista para justificar o plano do Estado Novo), mês da tentativa dos militares da linha-dura contra a posse de Juscelino, em 1955. Para alguns supersticiosos, novembro é “um agosto retardado”. Para mim, mês de bons e maus acontecimentos, mormente se levarmos em conta que o que me parece mau é bom para os que pensam do outro lado do círculo.

Tenho grandes e queridos amigos nascidos em novembro, e isso nos enseja momentos festivos e felizes. Novembro 19, aniversário de Iná (minha prima e primeiro amor quando sequer chegara à adolescência), de Paulo Fernando (irmão escolhido) e de Gisele , linda e cronista. Dia em que a República abriu mão da bandeira que usou por quatro dias e que se tornou símbolo do meu Estado, Goiás. Foi num 19, há quatro anos, que publiquei o meu “As uvas, teus mamilos tenros”, pura poesia erótica.

Infelizmente, dois dias antes, a pianista professora compositora e mulher maravilhosa, a mais importante dentre todas as pessoas nascidas nesta terra mesopotâmia Brasil Central, Belkiss Spenziere, fechou os olhos, negando-nos sua luz. Mas cuidou muito bem, e muito antes, de legar-nos sua arte e seus exemplos de Ser Humano que merece ser referida com iniciais maiúsculas.

Felizmente, há o 18, data de Dona Lousinha, professora-símbolo que há seis décadas é referencial da Educação em Goiás. Claro está que, nos últimos vinte anos, tendo feito por merecer, Dona Lousinha dispensou o giz e as coordenadorias, as diretorias e os horários, mas continuou a ensinar-nos valores de vida, como é da praxe de quem faz jus ao título. Dona Lousinha, este ano, concluiu o seu 89º ano de via, ou seja, já exerce o nonagésimo, no modo como deveríamos contar a idade. A ela, que gerou tantas pessoas encantadoras, o meu beijo de agradecimento. E bem lhe premiou Deus com tais filhos, com quem festejo essa preparação para a fase nonagenária, resumindo-os na pessoa da poetisa Leda(ê) Selma.

E já que me despedi dos fatos tristes, festejo mais aniversários. Meu primo, Antônio Cupertino, e a comadre mui querida Celestina, ambos do dia 13; o poeta, professor, publicitário e doutor em Literatura, Goiamérico Felício, dia 11; meu sobrinho-afim e afilhado em Deus, Rafael Granja, 28; e seu pai Cícero, 22, o mesmo dia da prima e comadre Teresinha Craveiro... Vou parar, porque não tenho cacoete para colunista social e já fico injusto com aqueles a quem não citei. Como não consigo falar nem escrever sem citar minhas paixões, cá estou de volta ao mundo das letras.

Dia 26, meu conterrâneo caldas-novense e irmão de ofício Delermando Vieira tomará posse na Cadeira 26 da Academia Goiana de Letras. O poeta, o mais premiado na história das letras de Goiás, com mais de uma centena de vitórias em diplomas, troféus, medalhas e pecúnia, talentoso e competente, deveria estar na AGL há muitos anos. Mas foi, muitas vezes, “aconselhado” por falsos amigos a adiar sua pretensão em favor de outros, alguns sem os quesitos óbvios para integrar um sodalício de Letras, mas preferidos por seus papéis de realce no meio político e social.

Enfim, o dia de Delermando! Ele é muito bem-vindo à Casa de Colemar.

Ah! Também lá, no casarão da Rua 20 com a Rua 15, na sexta-feira, 27, às 20 horas, farei dobradinha com a jovem e talentosa Lúcia Tormin Mollo. Ela vai lançar seu livro de estréia, “Bazar Oió – A ditadura contra a livraria”. E eu, devo autografar o meu novo livro, “Meia-Ponte do Rosário, Pirenópolis”. Esperamos lá todos os meus leitores, os de livros e os de jornal.



Luiz de Aquino – poetaluizdeaquino@gmail.com – é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.

2 comentários:

Mara Narciso disse...

É bem verdade que as listas agradam e desagradam em igual medida. Os esquecidos enfurecem-se e a alegria dos lembrados,nem sempre supera em força, a fúria dos outros. Achei muito adequada e sábia a sua colocação sobre o outro lado da mesa: respeito pela opinão contrária. Nem sempre conseguimos exercitar essa possibilidade, mas a lembrar nos ajuda a ouvir o outro com mais atenção, mesmo quando emite fala oposta ao que acreditamos.

Mariana R. Galizi disse...

Ahhhh, Luiz. Juro, juro! que eu vou conhecer os ermos e comprar um livro teu, e quero que você autografe.
beijo