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terça-feira, junho 08, 2010

O fazedor de potes que virou artista



Antônio Poteiro (1925-2010)





A vida levou de nós, na madrugada de hoje, o primitivista, ou naif, ou "o fazedor de potes", como ele se dizia, bem humorado. Antônio Poteiro nasceu em Portugal, mas era brasileiríssimo, goianíssimo, irreverente e feliz ao seu modo, irônico e imprevisível. Sua ausência deixa em nós um vazio, e a culpa é dele, que tão bem preencheu nossos olhos de imagens e cores, em cerâmica e em tintas. Enquanto viveu, ele enriqueceu Goiás e o Brasil, levou nossos nomes a terras distantes. Agora, enfeita a galeria de Deus.

A ele e aos que lhe são caros, o meu afeto.


Luiz de Aquino






Dados:
Antônio Batista de Sousa, 84 anos, conhecido como Antônio Poteiro, morreu na madrugada desta 
terça-feira, 8. Ele foi vítima de parada cardiorespiratória. Escultor, pintor e ceramista nascido em
Portugal e radicado no Brasil. É considerado um 

dos mestres da pintura primitiva no Brasil. O velório 
acontece a partir das 10h no Cemitério Jardim das Palmeiras. 


Poteiro deixa três filhos.
Iniciou-se na vida artística como artesão, produzindo cerâmicas para o uso doméstico, máscaras
e bonecos, de onde adveio o "Poteiro" de seu nome artístico.

Incentivado por Siron Franco e Cléber Gouvea, começou a pintar em 1972. Em 1976, participou
do documentário Artistas de Goiás, produzido pela Goiastur. Em 1978 lecionou cerâmica no
Centro de Atividades do Sesc, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, lecionou cerâmica nas Feiras
Internacionais de Hannover e Düsseldorf.

Em 1983 foi produzido o documentário Antônio Poteiro: o Profeta do barro e das cores, dirigido
por Antônio Eustáquio. Em 1985 recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte
(APCA 1984) na categoria escultura.

Em 1987 recebeu a Comenda Ofiacialato da Ordem do Mérito, concedida por Portugal. Um novo
documentário sobre o artista foi produzido por Ronaldo Duque em 1991.

Em 1999 recebeu a Medalha Henning Gustav Ritter, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás. 


(Fonte: site do Diário da Manhã, Goiânia, hoje).

4 comentários:

Simone Araújo (Lisboa) disse...

Um português tão longe que me ficou tão perto. Pessoas assim serão eternas. Obrigada, amigo.

Daisy disse...

A sua nobreza faz todas as almas felizes,as que estão entre nós e em
outros leitos.
Sentimentos,
Daisy

Shantall disse...

Passei por aqui, bem de manhãzinha... xD quando vi, já tinha passado um tempão... volto..
^^

Jacqueline disse...

Tão bom quando uma alma artista consegue um lugar ao sol em nossa terra.... pois a alma que nasce artista, se aprimora e continua artista muitas vezes nem sequer é reconhecida como tal, alguns como o admirável e querido Poteiro conseguem romper essa sina. Ainda bem que Siron e Gouveia existem também!