(Para Adélia Maria Batista)
Dos rios nascem sonhos, desejos, esperanças… E cidades! Pirenópolis – em Goiás, Brasil – nasceu do Rio das Almas, os homens bandeirantes, aventureiros em busca de ouro. No princípio, era Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia-Ponte; depois, Meia-Ponte e, por fim, Pirenópolis. Essa ponte liga o centro da cidade ao Alto do Carmo; é sustentada em pedras, por colunas fortes de aroeira, árvore típica do Brasil; e também em aroeira tem suas vigas. Bonita ponte do Carmo, sobre o Rio das Almas!
Viajei curto percurso
só para fazer a fotografia,
pois Adélia me exigia…
Aqui, portanto, Dra. Adélia, vai mais um poeminha (a palavra aroeira pode ser mantida; ponha-a em itálico, quando traduzir).
L.deA.
A ponte no Rio das Almas
Aquela é a Ponte do Carmo,
em madeira de aroeira, pintada
de branco e vermelho.
Une dois lados da mesma cidade,
Pirenópolis de agora
(Meia-Ponte, outrora).
Lado sul é margem esquerda;
cruzei-a ao norte, direita
o lado que beija o Carmo.
A ponte, o rio,o céu e a lua;
as casas, o largo, pedras da rua
e ela, sob a ponte, quase nua…
Lembranças de mexer com o amor.
Metáforas de fé e união, as pontes,
os longes, meu coração
a quase sempre sonhar com flores
buscar pessoas, ofertar-lhe as mãos…
Viver de amores!
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Ponte do Carmo
Rio desce cantando e cresce,
bebe do fundo da terra,
sorve das margens.
bebe do fundo da terra,
sorve das margens.
Desce da serra e corre
nervoso, decidido e forte,
lava barrancos e corpos;
nervoso, decidido e forte,
lava barrancos e corpos;
mata sede e já nos deu ouro;
oferta banquetes: tenros piaus,
e traíras (nada traiçoeiras).
Tem nome de dor,
esse Rio das Almas, das minas
e muitas cascatas.
Bem perto do Carmo, a Ramalhuda;
debruçada nas pedras
faz cachoeira sob a ponte.
Ah, a ponte do Carmo! Abrigo
discreto de amor secreto
cantado em soneto...
Beijar a terra e Meia-Ponte;
banhar Rialma e Ceres, correr certeiro
rumo ao norte.
E então, dando a mão ao Maranhão,
despede-se de mim
p’ra se fazer Tocantins.
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Crítica de Mariana Galizi:
Luiz!
Percebi a leveza distintiva tua na poesia.
Há nela um jogo sutil de figuras de linguagem que a tornaram muito bonita, gostosa de digerir.
Gosto bastante da personificação e hipálage. É algo quase místico isso, além do poético que carrega, transformar o inanimado em algo vivo, pulsante. Faz parecer que nós transformamos o mundo - ou ele nos transforma?
Esse bucolismo todo me anima. Gostei!
Mariana
3 comentários:
Rio das Almas Iluminadas como o senhor !
Adorei a poesia !
Saude e Pa !
Chico-Rj
Lindo, meu poeta maior!
Meu caro poeta: gostei muito dos seus poemas, apesar de ser suspeito para falar, pois sou seu amigo e admirador. Você me fez sentir saudade de Pirenópolis. Teodoro Ramos Ramos
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