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domingo, abril 29, 2012

O poema citado crônica


O poema citado na crônica sobre o aniversário da Academia  Goiana de Letas é este:



Luz


São os mesmos meus passos
e meus abraços
não mudaram.

São os mesmos meus beijos
e meus desejos
não deixaram
a tua imagem porque
não me encontro
sem que a luz das palavras
tuas
me iluminem.

São os mesmos desejos,
os mesmos beijos,
a mesma luz:
só me falta o teu jeito
de me falar de amor.




O cantor e compositor Gilberto Correia musicou-o e gravou-o em seu primeiro disco (ainda em vinil, de 1987).

sábado, abril 28, 2012

Academia Goiana de Letras, 73 anos.



Academia Goiana de Letras 
- 73 anos


Abril de 1939, em Goiânia, foi um mês de muita movimentação para um pequeno grupo de intelectuais moradores da novíssima cidade. Decorriam menos de seis anos desde a Pedra Fundamental e somente em março de 1937 instalou-se a Câmara de Vereadores. E a revelação “para o mundo” de que Goiás tinha nova capital só aconteceu em 1942, como o Batismo Cultural – uma festa diferente do trivial... Mas aquele abril de 1939 foi mesmo agitado. Eram sete aqueles escribas, liderados pelo jovem advogado e professor Colemar Natal e Silva, que se reuniram algumas vezes, em infindáveis trocas de ideias que culminaram com a fundação da Academia Goiana de Letras.

A inauguração se deu no Palácio das Esmeraldas, no dia 29 de abril, e foi presidida pelo governador Pedro Ludovico Teixeira, a quem os escritores convidaram, como benemérito, para ocupar a Cadeira número 1. Aqueles sete fundadores estabeleceram, de início, 21 cadeiras; e selecionaram, entre os praticantes das letras, os demais 14 integrantes da nova entidade. Os propósitos seguiram as linhas da Academia Brasileira de Letras, mas as restantes 19 cadeiras só foram instituídas e ocupadas na décad de 1970.

Na noite de 26, quinta-feira última, a Academia Goiana de Letras realizou uma sessão diferente; a começar pelo local – o auditório Augusto Fleury, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. O horário – 20 horas, em lugar do tradicional, das 17 horas – também foi novidade. Ao chegar, o convidado era acolhido pela musica do Quarteto de Cordas Obra Prima, que marcou toda a jornada, a intervalos para os discursos, o canto encantador do Quarteto Harmonizza e a perfomance do Grupo Kadoz. Esta parte, sob a liderança do poeta acadêmico Miguel Jorge, interpretando poemas de autores da Casa (envaideci-me ao ouvir a belíssima montagem para o meu poema Luz, que,  há 25 anos, foi musicado pelo talentoso Gilberto Correia).

Essa festa foi ideada pelo presidente Getúlio Targino Lima, que contou com uma comissão formada por Miguel Jorge, Leda Selma (vice-presidente da AGL) e Iuri Rincon Godinho. O trio reafirmou competência. E Miguel, que há mais de 30 anos instituiu as exposições de poemas-cartazes, propôs reviver aqueles momentos, com o artista Omar Souto ilustrando poesia – para nossa alegria!

Outro ponto de realce foi a entrega pelo professor, historiador, poeta e compositor Nasr Chaul (que dirige, atualmente, o Centro Cultural Oscar Niemeyer) de um DVD à professora Maria do Rosário Cassimiro. Ela é a acadêmica homenageada em 2012 com o Ano Cultural da Academia. Cassimiro  presidiu a AGL por dois mandados. O gesto de Chaul revelou a parceria entre o CCON e a AFL, com oProjeto CCONhecer (assim mesmo, com CC), que consiste na realização de entrevistas com intelectuais e artistas goianos. A Academia Goiana de Letras é a primeira instituição enfocada.

Com essa festa, sente-se que o presidente da entidade, o poeta e professor Getúlio Targino Lima, pretende efetivar a data como um ato público, e não mais restrita apenas ao ambiente interno. Essa primeira festa deixa claro que, doravante, os imortais goianos festejarão seu aniversário em feliz parceria com ativistas de outras artes, bem como de nomes notáveis da sociedade local – como, desta feita, se deu com os médicos Syd de Oliveira  Reis e Nabyh Salum.

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sexta-feira, abril 20, 2012

Ghost Writer… Diab’é isso?



Ghost Writer… Diab’é isso?


A tradução desavisada, simplista, seguindo a ordem original das duas palavras induz-nos a imaginar um médium espiritualista a escrever mensagens psicografadas: fantasma escritor. Invertendo-as, considerando a ordenação dos termos nas frases em inglês, temos “escritor fantasma”, que nada tem a ver com o sobrenatural nem com o chamado “plano superior”, mas, sim, com alguém real, concreto e indispensável – o redator capaz de substanciar os discursos de empresários e políticos desprovidos da capacidade aparentemente simples da escrita.

Simples? Sim: para quem domina o texto e não teme a folha em branco – no dizer dos escribas com mais de 40 anos, gente que se valia dos lápis,  das penas e esferográficas, ou ainda das hoje saudosas máquinas de escrever. Atualizando, digo que se trata das pessoas que não se assustam ante a tela vazia do computador e que, com a mesma habilidade – muitas vezes, maestria – das cozinheiras dos casarões, dos hábeis bateristas das bandas de blues e rock n’ roll e dos artistas do traço e das cores.


Dizem que quem cuida de finanças ou de gestão de bens e pessoas, quem vive a vida a tocar a melodia astuciosa de Maquiavel e Shakespeare, ainda que apenas por ouvir dizer (quem os leu é, geralmente, capaz de também escrever) não desenvolve o talento das boas construções em letras. E, estendendo o valor da leitura, atrevo-me a dizer que os grandes artistas do som e das imagens são tão maiores quanto mais horas – ou dias, meses e anos – tenham consumido no exercício de leitura variada. Haja vista Tom Jobim, Francisco Buarque de Holanda, Villa-Lobos, Ari Barroso e centenas ou milhares de outros, como também Cândido Portinari (que foi também poeta), Amaury Menezes, Maria Guilhermina, Dinéia Dutra, Alcione Guimarães... “Ah, pára!” – diria o personagem Crô, da novela Fina Estampa, recentemente finalizada na Rede Globo, criação do talentoso Agnaldo Silva. Claro, eu paro, porque não tenho espaço para nominar tanta gente!


Pouquíssimos entre nós, os escribas, pôde evitar o exercício de ghost writer nos empregos em que nos defendemos da fome e das contas a pagar. Como é possível que alguns não gostem de ser aqui denunciados, falo apenas por mim, que redigi praticamente de tudo para a voz ou a assinatura de chefes “apressados” ou por demais “ocupados”, sem tempo para escrever. Desde breves memorandos, cartas comerciais, ofícios, discursos, textos para jornais e revistas, algumas eventuais cartas pessoais – nos campos da amizade, das famílias e até mesmo dos amores clandestinos – e ainda trabalhos escolares (ajudei muitos contadores, professores, advogados, administradores, economistas e outros profissionais a obterem seus diplomas; jamais me fiz remunerar por isso, escrevi-os pelo prazer de ler, pesquisar e redigir, e muito raramente ouvi um “muito obrigado” por algum desses trabalhos, que entregava prontos para serem entregues).


Não há muito tempo, comentei com um político local sobre a autoria de um artigo de longo fôlego, assinado por um então deputado federal. Afirmei, com conhecimento de causa, ser signatário do texto o único político goiano habituado a escrever seus artigos; o meu interlocutor não gostou, disse que ele também era autor de seus textos. Tanto melhor! E descobri, tempos depois, que aquele a quem atribuí a autoria dos próprios textos havia copiado, sem citar-me, longos trechos de um discurso que proferi na Academia Goiana de Letras, inserindo-os em fala sua no  Congresso Nacional.

Mordi a língua! E, recentemente, ao contar isso numa roda de professores, ouvi de uma jovem pedagoga:

– Pensava que eles só se apropriavam de verbas públicas!

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domingo, abril 15, 2012

A volta da Filarmônica




A volta da  Filarmônica


Com a perspectiva de uma luz lá no fundo, o túnel cultural que empanou os últimos anos na esfera do governo começa a clarear. E isto se faz com a instalação da Orquestra Filarmônica no Gabinete de Gestão do Centro Cultural Oscar Niemeyer – espaço criado justamente para tal fim e que, na gestão anterior, foi deixado aos ratos e às baratas, exigindo, nos últimos 15 meses, obras de restauração do que sequer chegou a ser devidamente ocupado.

Tudo bem, nada de pedras no passado; as pedras são produto de (trans)formação geológica, isto é, a Natureza consumiu milênios paras dar-lhes forma. Usemo-nas na concepção do futuro, seguindo seu destino. O passado é algo de valioso quando o vislumbramos pelo que significa na formação do presente. E o presente, anunciado na noite de quinta-feira passada na Sala Dona Gercina (do Palácio das Esmeraldas), traz de volta o status que se deu à nossa Orquestra em 1987, na gestão áurea do governador Henrique Santillo – mestre e ídolo do governador Marconi Perillo. Daquele tempo, notáveis nestas memórias, as ações do secretário da Cultura, Kleber Adorno, e do maestro Joaquim Tomás Jaime marcaram-se pela excelência.

A Orquestra Filarmônica de Goiás recomeça com muita força e idealismo, com competência e otimismo. Sua coordenadora é a pianista Ana Elisa dos Santos; o maestro titular é Alessandro Borgomanero e a direção artística está a cargo do maestro Eliseu Ferreira – a quem coube reger o excelente elenco na noite de abertura desta temporada 2012. Esse programa implica a Série Grandes Solistas (dez eventos), Concertos para a Juventude (duas apresentações), Concertos de Câmara (quatro acontecimentos), Concertos Didáticos (dois concertos) e o Workshop Internacional de Regência (ocupará três dias de outubro). Vários palcos acolherão a OFG: o Teatro SESI, o Centro Cultural UFG, o CCON (Centro Cultural Oscar Niemeyer), o Teatro Escola Basileu França e a Igreja da Paróquia Rosa Mística.

Esta é a primeira vez que uma orquestra, em Goiás, tem um calendário de eventos, e assim deverá ser nas temporadas futuras. A coordenadora Ana Elisa informa que, em breve, também o interior do Estado será tomado, aos poucos, pelas apresentações da Filarmônica. A mostra de abertura foi aberta ao público e a Sala Dona Gercina ficou literalmente tomada por um público interessado que, desde a primeira peça apresentada, empolgou-se com o resultado. O ponto alto, porém, foi o arranjo especial para a canção Saudade Brejeira, composição de 1979 dos artistas goianos José Eduardo Morais e Nasr Chaul (que se emocionou com a surpresa).

Entre os políticos presentes, manifestaram-se o senador Ciro Miranda – que tem buscado recursos para fortalecer os projetos culturais do Estado e demonstra carinho especial para com a Orquestra – e o secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha.

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Escrevo rápido, como quem repassa ao público leitor a notícia; foi assim por longos anos, nos inesquecíveis tempos de eu-repórter. Como se vê, o passado é algo de lindo, imutável, histórico; tentar fugir dele, ou negá-lo, é negar a História. Não existe essa hipótese! Muitos tentaram mudar a História por narrativas enganosas e até mesmo com “atos legais” (não riam! Tenho uma pequena coleção de coisas assim). Mas o que já aconteceu é História e se as versões mostram contradições, a junção dos dados reflete em realidade.

Vai daí, encerro com um rasgo de alegria e esperança: pouco a pouco, e com as ações de cada um de nós, consolidamos os tons e as cores culturais deste Planalto, deste Cerrado de goianos e adventícios. E havendo governo favorável, a gente constrói. E até vai um pouco além, tentando corrigir ou demover o que se fez de errado, reprocessando os entulhos.

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segunda-feira, abril 09, 2012

A solidão do senador:


Sozinho na chapada

Alguns leitores consideram-me saudosista por registrar fatos do passado ou evocar valores esquecidos. Fala-se muito em fidelidade – o que considero uma postura canina – e até mesmo a Deus alguns atribuem essa postura, quando a nós, criaturas d’Ele, é que cabe essa condição. Mas gosto mesmo é de lealdade, que vem a ser a essência fundamental da amizade e do respeito.

Incomoda-me, e muito, ver o senador Demóstenes Torres no inferno em que se meteu, seduzido pela amizade – talvez – ou pela ganância (possivelmente). Se lhe falta competência para criar dinheiro, é possível que tenha posto seu poder político à disposição do amigo empresário e contraventor.

Tenho o conforto de quem nada deve ao senador. Tinha-o na conta de um paladino, uma figura nova e inovadora no cenário político brasileiro, e estou certo de que assim também o viam milhões e milhões de brasileiros, de qualquer unidade federativa e simpatizantes – e mesmo militantes – de todos os partidos.

Há pouco mais de um mês o senador se encontra em estado de desgraça política e social. O homem de tantos poderes, humano que é, tinha ambições e faltavam-lhe condições pessoais para atingi-las – como, por exemplo, superar o governador Marconi Perillo. Certamente, viu em Carlinhos Cachoeira a pinguela que lhe possibilitaria ultrapassar a correnteza que lhe daria poder para crescer mais...

Mas o que seria crescer mais? Dois mandatos de senador, o prestígio que atingia todos os rincões – e as camadas sociais e econômicas – de todo o país e uma carreira política de dimensões fabulosas! Mas o homem, o ser insaciável, queria mais. O que mais? O governo de Goiás, a presidência da República? Ulisses Guimarães fez história, e não foi além de deputado federal; tivemos senadores cujos nomes escaparam das memórias em 24 horas após o término de seus mandatos – e governadores, também!

Esse foi – ou é – o grave pecado de Demóstenes: a falta de limites na vaidade. Ele não precisava se submeter a ninguém, bastava satisfazer-se de si mesmo.

Resumindo: o homem que cresceu por seus méritos e pôde, ao seu modo, servir a Goiás e ao Brasil, que pregou lisura e ética, foi exposto de modo mesquinho a toda a opinião pública como uma pessoa comum, capaz de se fazer representante da dignidade enquanto cometia deslizes como fazer-se de despachante do contraventor, buscando legitimar práticas ilegais.

O lado mais triste, porém, é constatar que ele, agora, está sozinho. É possível que, neste momento, não conte com o apoio leal senão da mulher e dos filhos. Dos correligionários e dos amigos, está evidente, ele não recebe nenhuma atitude honesta de lealdade.

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domingo, abril 08, 2012

Quebra-línguas na tevê e uma mensagem de Páscoa


Quebra-línguas na tevê



Ah, quanta sandice! Não bastassem os jornalistas e atores em cena, além de  detentores de cargos eletivos e outros entrevistados (muitos deles, profissionais liberais, “cientistas” políticos e até mesmo professores) demolirem a regência, a concordância e a ortografia (nas legendas de notícias, como na tevê por assinatura), agora inventaram de mudar pronúncias.

Bem: lá pelo início da década de 1980, sob os ares da redemocratização e o fim da censura, muitos profissionais acharam que romper com as regras gramaticais era insurgir-se contra a autoridade auto-constituída (coisa da ditadura que alguns imbecis desmemoriados dizem hoje que não existiu; tudo bem: Mahmud Ahmadinejad, ditador iraniano, jura que nunca existiu o holocausto na II Guerra). A campanha das Diretas Já difundiu Brasil afora (e adentro) um lema que deveria ser escrito “Muda, Brasil!”, mas a mídia, obedecendo a um – sim, apenas um! – publicitário aceitou divulgar “Muda Brasil”, como se a expressão se referisse a uma mulher que não falava...

A coisa pegou, gente! Vinte anos depois, outro publicitário, seguidor, talvez sem consciência nítida disso, do que ordenou “Muda Brasil”, implantou por aí, em outdoors e pela tevê, nos jornais e revistas, um programa chamado “Acelera Goiás”, igualmente sem pontuação.

Também nas últimas duas ou três décadas, a imprensa reinventou a gramática, impondo pronome oblíquo em início de frases: “Me considero suficientemente preparado para...” – escreveu um coleguinha repórter, com a anuência do editor e para bronca do entrevistado, que dirigiu-se ao repórter exigindo correção: “Moço, sou um professor de Língua Portuguesa, jamais proferi essa frase e você me comprometeu”, exigiu ele.

Como disse na primeira linha, as pessoas, na tevê, referem-se ao ano como sendo “esse ano”, e o mesmo se dá com semanas, meses, não diferem esse de este. São os mesmos que inventaram “Chegou em São Paulo”. E quanto às regências? “A casa que eu morei”; “O rapaz que eu gosto”; “Já vamos lhe chamar” – são frases comuns nas telenovelas, nas conversas entre apresentadores e repórteres e entrevistados. O mais triste é que o consumidor médio desses produtos televisivos acaba apreendendo essas excrescências como corretas.

Mas, venhamos e convenhamos: os professores não ensinam corretamente nem exigem dos alunos (ah! É comum também ouvimos na tevê “e nem”. São duas conjunções aditivas – uma acrescenta, a outra exclui; e agora?). É que, contam-me eles, o MEC (sim, o Ministério da Educação e Cultura, sob Fernando Haddad) mandou normativa (que os professores ficam impedidos de discutir) determinando que, se a comunicação se fez, esqueça-se  a gramática. E assim, nós, os idosos de hoje, pessoas que concluímos o ginasial sabendo escrever corretamente e capaz de nos envergonhar se apanhados em errinhos dessas naturezas, convivemos com profissionais pós graduados que pagaram para que alguém redigisse seus TCC (isso mesmo: abreviaturas não se pluralizam), suas dissertações de Mestrado e suas teses de Doutorado (em maiúsculas,  pela dignidade desses títulos, apesar de alguns titulados).

Agora, os da tevê chegaram com uma novidade intragável: referem-se à capital de Chipre como “Nicossia”, isto é, pronunciando o S dobrado e acentuando tonicamente a palavra do I. Ora, gente, está nos livros de Geografia, nos dicionários e enciclopédias: é Nicósia, e assim como está grafado deve ser pronunciado. Mas é que jornalistas televisivos estiveram por lá, cobrindo um jogo da Seleção Brasileira, e ouviram os nativos dizerem “Nicossía”.

Só falta voltarem de Londres dizendo que falamos errado, que o nome da cidade é London. E certamente passarão a pronunciar “parrí” para a capital francesa.


* * *

E, cumprido o dever semanal desta crônica, valho-me agora da mensagem de minha amiga Leda Selma, contida com densidade e carinho, neste poema: 

TRANSFORMAÇÃO
              
              Lêda Selma

A travessia é libertária,
e nos transporta para a margem
onde a lua se esparrama,
e o grão brota, cria, recria,
e dissemina ramadas
sob aragens de inverno.

Na libertação, o atalho
para o cimo e para o voo.
E, na bifurcação que atordoa
dilemas, descrenças e medos,
a passagem para o sonho,
e as sanhas em estiada.




Uma PÁSCOA abençoada, a prenunciar boas alvíssaras para a semana que se inicia!
Beijão, Lêda -  http://poetaledaselma.blogspot.com