Morgan Freeman e
o preconceito de cor
o preconceito de cor
“Temo o dia em que a tecnologia
sobrepasse nossa humanidade.
O
mundo terá apenas uma geração
de idiotas” (Albert Einstein)
Recebi,
no Facebook, um filmeto de 40 segundos em que o festejado ator Morgan Freeman
dialoga com Mike Wallace. O branco lhe pede opinião sobre o mês da consciência
negra, e ele responde que é contra; o branco se espanta e Morgan Freeman
pergunta-lhe, então, qual é o mês da consciência branca. Não existe, foi a
resposta, acrescida de “Eu sou judeu”. E o ídolo negro insiste: “E o mês da
consciência judaica?”. A resposta é outra vez negativa e de novo acrescida:
“Mas como vamos acabar com esse preconceito?”. O negrão abrevia: “É muito
fácil. Eu paro de te chamar de branco e você para de me chamar de preto”. Vejam
em http://youtu.be/tNEoIo3XMws.
Esse
filminho precisa chegar ao Supremo Tribunal Federal. Antes que os ministros
apreciem a ação em que uma entidade
“representativa” pretende censurar Monteiro Lobato nas escolas. Não
consigo entender se o que pretendem essas instituições racistas é apagar a
História ou simplesmente chegar ao que nos parece mais óbvio – movimentar
verbas. No governo anterior, e com verbas públicas, chegou-se a até elaborar
uma cartilha do politicamente correto e uma cartilha que deu muito o que falar
sob a cobertura de um combate à homofobia.
Pessoas
que agridem homossexuais e (ou) discriminam índios, pretos, mulatos, pardos
(está assim nas normativas do IBGE, não é mesmo? Pardo, para mim, é papel com
que se faz embrulho reforçado), gordos, baixos, mulheres etc. e tal sofrem de
algum distúrbio mental – ou físico, refletindo no psicológico. E aí, nas
últimas duas décadas apareceu um novo tipo de conduta, de postura. Trata-se de
se instituir um orgulho gay, ou uma soberba racial. Para quê? Consolidar a
diferença? Que diferença?
Nem
todo mundo se preocupa com isso. Boa parte dos jovens prefere alienar-se nas
telinhas de seus celulares moderníssimos, de suas lousas eletrônicas, que
preferem chamar de “tablet”, palavra de raiz latina que chega a nós com a
empáfia de que se reveste a juventude para parecer mais importante: ‘É
inglês!”. Nós os vemos nas portas das escolas, nas conduções, nos xôpins e até mesmo
nos cinemas “comunicando-se” pela mídia cibernética. Tudo bem, estaria tudo bem
se, a par de usarem essa parafernália, eles cultivassem também as relações
pessoais. De minha parte, escolhi não usar meu telefone como terminal da
Internet; quando saio de casa, quero mesmo é ver e curtir pessoas, seja no
trabalho ou no comércio, nas praças, nos bares.
Assim,
enquanto os jovens se fecham em redes sociais, os “lideres” de minorias
qualitativas inventam ações. Monteiro Lobato que seja condenado, quem mandou
escrever “neguinha”?
Vou
expandir essa coisa aí! Meus amigos literatos – escritores e professores,
leitores apaixonados e críticos dedicados – que me ajudem! Vou oferecer a essa
gente mais um prato maravilhoso!
Existiu
um alagoano na vida brasileira, médico, pintor, poeta (chegou perto de ganhar
um Nobel de Literatura e só não o obteve porque morreu precocemente, uns quatro
ou cinco anos de receber a honraria da Academia Sueca) chamado Jorge de Lima. A
Academia Brasileira de Letras recusou-o seis vezes, imaginem! E acham que a ABL
agora vai mal porque aceitou Paulo Coelho; essas falhas decorrem das
imperfeições humanas e ninguém se torna gênio por estar numa academia; o
processo é na mão contrária, mas mesmo assim acontecem erros, como se vê.
Jorge
de Lima, no entender do professor, jornalista, crítico literário, diplomata e
grande figura humana (este foi membro da ABL, tardiamente) Antônio Olinto, “foi
um dos maiores poetas do Brasil e de toda a América Latina!”. Pois esse poeta já
foi homenageado em samba-enredo pela Escola de Samba Estação Primeira de
Mangueira com “Imagens Poéticas de Jorge de Lima”, no desfile de 1975. A
motivação veio do poema “Essa Negra Fulô”:
Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.
E
tem mais, muito mais... Se o propósito é censurar, esvaziem-se as bibliotecas!
E as pinturas do Di Cavalcanti; e as canções de Lamartine Babo; e tudo o que se
passa nas escolas de samba, nas torcidas dos times populares... Mas o que fazer
com a intimidade do pensamento? As ditaduras já tentaram isso. Não deu certo!
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