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sábado, outubro 19, 2013

Dia do Médico

Dia do Médico


É provável que, no decorrer deste ano, a classe médica brasileira esteja atravessando um dos mais críticos momentos de sua história, com o grande movimento nacional no sentido de prover as regiões mais carentes com a presença dos profissionais de Hipócrates. Nesse sentido, vivemos o recrutamento de médicos estrangeiros e debate-se, com ardor, os procedimentos relativos à acolhida, ao registro e às condições de trabalho não só para os colegas adventícios, mas para os profissionais brasileiros que se interessam em servir em localidades carentes.

Condições satisfatórias de trabalho não são apenas o ambiente de atendimento, o equipamento médico, o aparelhamento tecnológico e a remuneração compatível com a formação e as necessidades, o valor e a importância social do profissional, mas ainda elementos de prevenção, cura e manutenção de boas qualidades de saúde. Boas condições de trabalho implicam também o bem-estar, o conforto pessoal, o ambiente social propício, a possibilidade de boas relações humanas e, por fim, convívio pessoal e profissional de qualidade.

No meu modesto ponto de vista, e com a minha mínima experiência de consumidor de serviços de saúde e observador jornalista, sei que a escolha dos ambientes inóspitos à boa prática da medicina é uma aventura arriscada. Nenhum médico gosta de se sentir vencido por uma doença ou, pior ainda, de perder para a morte. Mas o “sacerdócio”, o “sacrifício” do bem-estar social, das chances de mais aprendizado, de aperfeiçoamento e a solidão dos silêncios precisam ser considerados quando um governante tenta atrair médicos para seu espaço. Na maioria das localidades brasileiras, o salário menor possível para um médico convidado resulta duas ou três vezes maior que o do prefeito.

E muitos são os que, ante o grave desafio do suprimento desse indispensável profissional, evocam o Juramento de Hipócrates, professado há mais de vinte e cinco séculos, na Sábia Grécia de deuses e filósofos. Mas o grande ídolo cristão na História da Medicina recai em outro homem: Lucas, o evangelista, nascido em Antióquia, num país que hoje é Síria de tantos conflitos.

O Dia do Médico, 18 de outubro, segundo informa o nosso mestre e admirável médico e professor Joffre M. de Rezende, é consagrado, em países cristãos, a esse evangelista, Lucas, o terceiro (pela ordem cronológica) dos evangelistas. Dentre tais países, além do Brasil, estão Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. Além de médico, Lucas foi também pintor e historiador. Ao lado de São Paulo, difundiu os ensinamentos cristãos entre os gentios.

Lucas teria sido o único, dentre os quatro evangelistas, que não conheceu Jesus – logo, escreveu a partir de informações de contemporâneos de Cristo. Desde 1463, a Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em homenagem ao santo católico, que foi proclamado patrono do “Colégio dos filósofos e dos médicos”. Seus restos mortais encontram-se em Pádua (ainda de acordo com informações do Dr. Joffre Rezende nas páginas da Wikipédia brasileira).



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2 comentários:

Mara Narciso disse...

Concordo que o nosso momento é crítico. O médico está na linha de frente recebendo críticas de todos os quadrantes. Não está fácil. As hostilidades são grandes, assim como os questionamentos e a concorrência.

Joffre M. de Rezende disse...

Prezado Acadêmico Luiz de Aquino
Saudações.
Por intermédio do nosso amigo comum, Hélio Moreira, tomei conhecimento da sua crônica " DIA DO MÉDICO", publicada no jornal "Diário da Manhã". Além de cumprimentá-lo pela iniciativa desejo agradecer a citação do meu artigo e as generosas palavras a meu respeito.
(Transcrito de e-mail).