Páginas

domingo, dezembro 04, 2016

De dores e livros

Os nossos livros: Família Jaime/Jayme, de Nilson
Jaime, e os gêmeos Amor em Dose Dupla, de Iuri
Godinho e Luiz de Aquino.



De dores e livros


Angústia e ansiedade são, sem qualquer dúvida, os sentimentos reinantes no meio político desta Nação. Estou seguro do que digo, no que tange ao lado passivo da política – o eleitor – nos intervalos de dois anos entre uma e outra votação para eleger um bando de párias que nos aprecem filhos da Pátria, mas...

Bem! O certo é que vivemos estes dias que nos abalam o emocional desde os tempos da campanha presidencial de 2014: de um lado, a incompetência comprovada tentando ficar – e ficou; do outro, a dúvida por feitos nababescos e gastos idem, aliados aos comentários sobre hábitos nada ortodoxos ante o que esperamos de quem se habilita para presidir o Estado, gerenciar o País, ser o elemento de confiança da Nação.

A semana mal começada sacudiu-nos em comoção com o terrível desastre que, ao que tudo indica, não foi acidente, mas a infindável crônica das mortes anunciadas. Um piloto empresário, antes militar, sediado em pátria de Evo, certamente simpático e envolvente, usando de meios que arriscamos imaginar, habilitou-se como preferido por algumas equipes de futebol desta América do Sul. Sugere-se que ele seduzia pessoas de determinados ambientes para conseguir contratos.

De repente, a Chapecoense se tornou mais notícia que o Corinthians e o Flamengo; de repente, a pequena Chapecó tornou-se a meca do futebol mundial; de repente, emocionamo-nos e todo o mundo se emociona com o que vimos acontecer em Medelín. E de repente, não mais que de repente, aconteceu o que todos temíamos – mas esperávamos. Os facínoras que elegemos para a Câmara Federal fizeram outro desastre.

Em que aqueles 300 e tantos deputados se diferem do piloto assassino da La Mia – a empresa de uma só aeronave, com sede na Bolívia e atendendo, de modo canhestro, clientes brasileiros? Cada deputado, desde o que apresentou aquelas malfadadas e espúrias emandas à proposta do Ministério Público até cada um dos que votaram a seu favor emendas, cada qual é um piloto Alejandro Miguel Quiroga.

Escrevo de véspera para que este texto saia no domingo, no Diário da Manhã. Neste domingo, é certo que acordo temeroso, preocupado com acontecerá no Brasil nas manifestações deste 4 de dezembro, pois não temos a conduta dos americanos que, em seus protestos, limitam-se a conduzir cartazes e cantar refrãos que traduzem indignações. Nossos protestos descambam-se para a baderna – o que a opinião pública repudia, a despeito legitimidade da causa.

No contraponto destas más-novas, vivi dias de intensa alegria ao mesclar a tristeza nacional com feitos do meu feitio – quero dizer, livros. Ao lado do meu amigo de infância (a dele, que é duas décadas mais jovem) Iúri Rincon Godinho, lancei Amor em Dose Dupla. Ou ele lançou Amor em Dose Dupla ao meu lado. É que, por ideia dele, assim denominamos, como perfeitos xarás, nossos novos livros de poemas sob a temática do amor e dos hormônios do sexo (quarta-feira, 30/11).

As capas, concebeu-as Alexandre Liah, artista de ponta: um corpo nu de mulher, que, dividido ao meio, foi aplicado em nossos livros, cabendo-me a parte inferior, posto que Iúri preferiu os fartos úberes. Nossos livros, a módicos 50 reais os dois exemplares, ou R$ 30 por um, estão à venda na Contato ( 62 3224-3737); ou comigo mesmo.

O dia seguinte, primeiro de dezembro, foi o da festa da Família Jaime/Jayme, de berço pirenopolino, expandida por todo Goiás (de sempre, contando o Distrito Federal e o Tocantins), Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e todo o Brasil, além de meio mundo! Por esses cantos espalham-se os Jaime, Jayme e outros nomes consanguíneos, como Rattes, Mendonça, Lopes, Pina, Siqueira etc, etc. Loas ao autor, Nilson Jaime!

Que as próximas horas, bem como os próximos dias e meses, sejam de paz e juízo. Que os calhordas a que temos de dizer “excelências” se toquem, que se ajeitem e, principalmente, que se danem nas mãos da Justiça que eles, responsáveis pelas maiores mazelas, querem agora incriminar.

******


Luiz de Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.

Nenhum comentário: