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domingo, abril 30, 2017

Greve geral em Goiás



Viva essa vagabundagem!


(Fotos colhidas na Internet, de arquivos de O Popular e TV Anhanguera)


A nação brasileira não aguenta mais! A reforma trabalhista, sobre a qual Michel Temer diz ter havido “um amplo debate no parlamento” é desconhecida por nada menos que 70% dos associados à FIESP. Pasmem! A coisa foi empurrada goela abaixo, sob a batuta do ministro que defende o sistema bancário, e os deputados votaram conforme seu fisiologismo.

Três ministros do STF já votaram por conceder liberdade a alguns corruptos presos em decorrência do Mensalão e da Lavajato, Nenhuma surpresa – Gilmar, Lewandovski e Tofolli posam de “libertários” (entre os agraciados, José Dirceu).
Sequência de fotos mostra que cassetete de PM quebrou durante agressão ao estudante Mateus Ferreira da Silva (33 anos), em Goiás (Foto: Arquivo pessoal/Luiz da Luz)
Há quantos anos acompanhamos as vidas dessas pessoas? Lula e seus mais chegados; sua cria Dilma, seu antecessor FHC com a pose principesca e o outro Fernando, o play boy brasiliense nascido no Rio, criado em Alagoas; o clã de Sarney, que – dizem – saqueou o Maranhão (e o Amapá deve estar incluso também), seu assecla Jucá, que espolia o menor Estado (Roraima); o chefe da tropa-de-choque de Collor, Renan, e o escroque carioca Eduardo (o que devemos esperar de seu sucessor, a esta altura, quando não podemos mais confiar em ninguém?).

Mateus é atendido pelos colegas, antes que chegassem os bombeiros

Bem! Recebi, na manhã deste sábado (29 de abril, 17), um texto produzido na véspera das manifestações, pelo Professor Cássio Diniz, como se vê:


Sobre os Vagabundos

Amanhã, dia 28 de abril, vagabundos de todo o Brasil participarão da greve geral em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária. Ainda bem que existem vagabundos para defender os seus direitos. E, claro, os meus também. Afinal, os vagabundos tiveram papel importante na construção dos direitos em todo o mundo.

Foram vagabundos que, com as greves do início dos anos 80, forçaram os grandes empresários a apoiar a luta pela volta da democracia, pondo fim a uma ditadura de 20 anos. Eram também vagabundos aqueles hippies que iniciaram uma revolução cultural nos anos 60 e culminaram na emancipação feminina e no respeito ao direito das minorias. Naquela época, lá nos Estados Unidos, um pastor vagabundo liderou milhares de outros vagabundos pelo reconhecimento dos direitos dos negros e pelo fim do apartheid naquele país.

Por falar em apartheid, quem não se lembra do vagabundo que ficou preso na África do Sul por quase toda sua vida e que acabou derrubando um regime racista com suas greves e boicotes a produtos produzidos pelos brancos? Foram também vagabundos que, no início do século XX, iniciaram uma onda de manifestações na Europa e na América pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas e pela redução da jornada de trabalho. Assim como as vagabundas que foram queimadas em uma fábrica norte-americana chamaram a atenção do mundo para a equiparação dos direitos femininos àqueles dos homens.

Foi em um 8 de março, mais tarde reconhecido como dia internacional da mulher. Se eu fosse lembrar de todos os vagabundos que lutaram e perderam a vida para que eu e você tivéssemos uma vida melhor, não bastaria um textão na internet. Eu precisaria escrever uma enciclopédia. Portanto, termino com uma pequena frase: ainda bem que existem os vagabundos! ” (Prof. Cássio Diniz). 


Ou seja, muitos são os que sentem no ar um cheiro de “revolução francesa”. A classe política não dá a mínima à opinião pública, o segmento do extremo à esquerda culpa a imprensa, os da direita jogam tudo no colo do PT – mas a nação está magoada, sofrida, injuriada! E essa gente desvinculada dos extremos é, sempre, quem paga por tudo.



Dá para sentir que o estopim está aceso. E não é, definitivamente, o cassetete de um capitão da PM goiana que apagará essa revolta, suprimirá ideais e impingirá silêncio ao grito que não nos cabe mais na boca.





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Luiz de Aquino é escritor, membro da Academia Goiana de Letras. 

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