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domingo, abril 01, 2018

Frederico Jayme Filho, 50 anos de vida pública

A capa: o biografado, na visão do genial retratista Amaury Menezes.





Frederiquinho Jayme em livro



O escritor Nilson Jaime, mestre e doutor em Agronomia, tem como forte marca da puberdade a prática da entrega de jornais de casa em casa na sua bucólica e histórica Palmeiras de Goiás. Quando estudante universitário, praticou com indiscutível paixão a política estudantil, opondo-se ao regime militar, que já anunciava estertores naquele final da década de 1970.

Praticou o jornalismo e o ensino em escolas médias, antes de se graduar nas ciências do campo – de que também foi professor. Estimulado por adultos com pendores para a melhor formação de meninos e jovens, descobriu valores de realce na própria família, levando em conta o peso do nome Jaime, instituído como sobrenome pelo patriarca de sua grei, o padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury.

Rememorando: o padre Luiz Gonzaga foi o primeiro jornalista de Goiás: era o redator e editor da Matutina Meiapontense (era assim que se escrevia, mas o termo certo, hoje, é “meia-pontense”), jornal pioneiro em todo o Centro-Oeste brasileiro, informativo oficial das províncias de Goiás e Mato Grosso. Manteve com Sá Genu (Genoveva Maria da Soledade) uma relação amorosa pelo tempo suficiente para gerarem sete filhos – o primogênito foi João Gonzaga Jaime de Sá.

Nilson Jaime intrigou-se, quando adolescente ou mesmo nos tempos de jornaleiro, com o fato de seu parente Jarbas Jayme, um dos maiores genealogistas brasileiros, ter omitido a descendência mestiça da segunda família do “Vô Jaime”, o primeiro Jaime. Decidiu-se por corrigir essa falha do registro histórico e nos trouxe, no final de 2016, o seu volumoso Família Jaime/Jayme – genealogia e história, do qual me orgulho por ter participado como revisor e prefaciador (assumo os erros de revisões, pois não pude fazer sequer uma segunda leitura, em virtude do tempo, e de um errinho bobo no prefácio, quando disse que entre mim e os Jaime/Jayme não havia parentesco. Descuidado, confesso que não sabia que o primeiro dos Aquino de Pirenópolis, Luiz Tomás de Aquino, meu trisavô, era irmão de Sá Genu – Genoveva Maria da Soledade – a mãe de “Vô Jaime”.

Frederico Jayme Filho e o primo (e autor) Nilson Jaime, num dos encontros para a feitura do novo livro. 





Encantei-me, desde o início, com a tenacidade, o senso criterioso da pesquisa, a dedicação impecável e o propósito gigantesco do primo Nilson Jaime: ele arrolou pouco mais de oito mil e quinhentos descendentes do Vô Jaime! E compreendo hoje, um ano e quatro meses após trazer a lume a história dos Jaime/Jayme, o que motivou Nilson a pesquisar, escrever e publicar esta nova obra: Frederico Jayme Filho – 50 anos de vida pública.

A festa no Salão Dona Gercina, no Palácio das Esmeraldas, reuniu uma multidão de escritores, políticos e, inevitavelmente, membros das famílias Jaime/Jayme e outras afins. Poeta e político, Fausto Jayme observou: “O Nilson juntou aqui segmentos da direita e da esquerda”, obviamente referindo-se a si mesmo e a opositores históricos, com o ex-governador Irapuã Costa Júnior. O governador Marconi Perillo, ao saudar as autoridades, enfatizou a própria esposa – Valéria Jaime Peixoto Perillo – e não vacilou em dirigir-se aos Jaime e Jayme presentes como “meus queridos primos”.

Frederico Jayme Filho não ocultava a alegria redundantemente feliz – sorria e distribuía atenções e abraços. Orgulhosamente, seu pai também festejava o momento, e sem o perceber liderava a alegria de tantos parentes naquele destacado salão de eventos culturais – desta vez compartilhado também pela comunidade política.

Colhi o autógrafo do autor; não consegui o do biografado, mas irei ao seu encontro para, após concluir a leitura, depositar o livro em lugar de honra na estante. Afinal, a vida de Frederiquinho Jayme – como a ele se referem os parentes – confunde-se com a história de Goiás no último meio século, e Nilson conta, na obra, como foram os governos de nosso Estado desde 1947.



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Luiz de Aquino é escritor e jornalista, membro da Academia Goiana de Letras.

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